15.10.15

Bob Dylan











Aquele bendito instrumento musical, a máquina de escrever, e os seus botões de onanizar tímpanos, as teclas, corpos fora do corpo, e sua inclinação para mudar o mundo, chover no deserto, doer sem dor, dizer sem ter dito, parar o tempo, nascer as vezes todas que for preciso, tem dias em que escolhe o homem certo para se fazer ouvir.
Receita infalível para canções perfeitas: sem filtros, mas com duas garrafas de vinho, um copo meio cheio e outro meio vazio, um estirador, duas mesas, uma cadeira, uma maço de cigarros, uma caneta e uma chávena de café. Papel suficiente para fazer bolas e atirar ao chão, ou ao ar, que vai dar ao mesmo. Esperar sentado pelo momento em que o corpo de um homem finalmente alinha com todas as estrelas, as troca por meia dúzia de linhas, deixa um pedaço da alma algures no universo.


Bob Dylan

Aquele bendito instrumento musical, a máquina de escrever, e os seus botões de onanizar tímpanos, as teclas, corpos fora do corpo,...