18.7.11

Depois da liberdade

Esta liberdade é uma palavra muito forte que vem da América do norte, foi editada no ano passado nesse mesmo território, foi traduzida para português pela Maria João Freire de Andrade, foi revista a tradução pelo José João Leiria, foi capa de uma revista americana cujo nome em português é tempo. A liberdade é um livro com seiscentas e oitentas quatro páginas, do americano Jonathan Franzen, é um livro do tamanho do felisteu Golias que me foi oferecido pelo gigante francês da cultura, Fnac, Fédération Nationale d'Achats des Cadres,federação nacional de compradores de quadros, a tradução é minha. Este liberdade foi uma oferta em retribuição da compra desta tábua de vidro onde também, entre muitas outras liberdades, se pode escrever.
Tenho esta liberdade há cerca de duas semanas e vou ter esta liberdade durante as próximas trezentas e setenta e quatro páginas, que é número a seguir ao qual vem o fim. Vou ter saudades dos Berglunds, mãe e filho principalmente, e do Katz. Vou ter saudades do jeito que este Golias das prateleiras dá quando posto em função de almofada, sobre a toalha, na praia, de frente para o sol. Os livros magros não são muito desta estação.
Agradeço, portanto, esta liberdade ao retalho francês, ao escritor americano, à sociedade americana também, e à revista chamada tempo. A seguir vou pegar num português chamado Valter, que me autografou o livro onde me pede para não o deixar cair no esquecimentos, ao livro, e através do qual espero ficar a saber mais qualquer coisinha da máquina de fazer espanhóis.

(achei vinte euros no chão de uma rua enquanto corria feliz da vida com um par de sapatilhas novas. Desses vinte euros, gastei dezasseis no livro Tia Júlia e o Escrevedor, do peruano Mario Vargas Llosa, desse continente abaixo da América do norte, a sul dessa liberdade já Em cima descrita, essa mancha de terra e máquina de fazer escritores de língua espanhola)

(feitas a contas: três livros por onze euros, preço do português, com cinquenta por cento de desconto na feira do livro)

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Bob Dylan

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