29.8.11

A última hora

A velha história da ribeira do Porto fotografada do lado de Gaia acontece agora no telemóvel do Pedro, virado para o aço dos tabuleiros e do arco da ponte, com quatro barcos rabelos amarrados ao rio, azul escuro, de onde saltam as cores da madeira e da tinta amarela e das pipas. Vejo um ractângulo vermelho com o nome branco de uma marca de carros, espanhola, vejo o ceú azul mais claro, vejo o Porto em miniatura e vejo pela fofografia que o Pedro não está na rádio a cuidar do som. Está na rua a cuidar da imagem da cidade. E eu gosto.
O Pedro, e eu, estamos longe do caminhos longos do senhor Senkawa.O senhor Senkawa é um fotógrado japonês que gosta de futebol  do FC Tokio, que gosta de comer e que gosta de Gotemba (Gotemba é outra cidade japonesa) e que gosta de correr. Hoje correu quinze quilómetros numa hora, dezanove minutos e trinta e seis segundos. Equanto isso, o André pousou a carteira, pousou o ipad, numa mesa, ao lado do cinzeiro branco, pousado, na tal mesa que é castanha e pediu um café e deixou-se estar sentado a tirar partido da sombra das árvores.
Nesse intervalo do café, em casa, o Filipe deitou o gato e deitou cão em cima da manta manta rosa que está em cima de uma manta amarela que está em cima de um sofá. A Tânia tem uma blusa lilás e o cabelo apanhadoe uma madeixa loira solta no rosto. Sorri e o gato ronrona.
O António encontra o número trinta e sete em cima de portas, tira fotografias porque tem trinta e sete anos e partilha no Instagram.


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