21.3.10

Nem sabes de que terra és

Realidade, esta é a ficção. Ficção esta é a realidade. Considerem-se apresentadas, as meninas, sim, e venham daí para uma volta ao mundo em 48 horas, ou se acharem melhor assim, em duas noites na cidade do Porto e zonas circundantes. Para que vejam, quanto mais não seja, como foi possível sobreviver a isto.
A história termina já aqui, a meio da tarde de domingo. O retrato robôt  do princípio do fim acontece no edifício da Alfândega. A história termina na fila para a máquina de café, oferecido pelas colegas de trabalho do George Clooney. Chega uma mulher com ar de outono, na roupa no cabelo e no rosto. Reforça o ar da estação ao perguntar se a menina tem daqueles (cafés) com sabor a castanhas. Café com sabor as castanhas? Porque não comer castanhas mesmo? Quem toma um café é porque precisa mesmo de tomar um café. É que no caso de ser para procriar aromas, era um formulário de reclamações por favor e escreva-se nele a pedir um lote de café com aroma a mulher do próximo. Ponto final. Fim de história.

Isso foi o fim. No princípio foi uma visita a um lugar de acesso restrito, ao qual, alguns amigos, têm o vício de chamar estábulo. E como quase todos os vícios... está mal!! O lugar onde, principalmente mulheres bonitas, mas também homens bonitos, se reúnem imediatamente antes de um desfile de moda, chama-se bastidores. Estábulo não. Percebo (e sorrio perante) o engodo machista da abordagem, mas estábulo não, digo confessando não ter conseguido parar de achar piada à metáfora. Mas os bastidores estavam assim quando lá cheguei e assim ficaram quando de lá saí: roupa, manequins, secadores, cabeleireiros, maquilhadores, estilistas, costureiros, modistas, manequins, cigarros, cabides, cabides, manequins, cigarros. Nervos e euforia. Ansiedade. Talento. Gente nua, gente vestida. E umas coisas que não sendo mulheres, definitivamente não eram homens.

Esta conversa de homens e de mulheres faz a ponte de sexta para sábado à noite. Um homem deixar de ser solteiro é o motivo. É o motivo e a desculpa. Para lá de vinte desculpas que vinculam um grupo de homens a uma ida a uma casa de meninas devidamente prevista por lei. Entenda-se por isto a aprovação imaculada de namoradas e esposas. Aqui vem ao texto aquela frase que diz qualquer coisa sobre o que acontece em Sermonde fica em Sermonde. Uma filosofia que segundo consta já chegou aos Estados Unidos. Consta. Relate-se então, manietado pelo compromisso masculino, um único facto. Houve alguém com noite de estreia na mui prestigiante actividade de anunciar shows eróticos. O vosso forte aplauso para...

E o que é que se passou entre uma e outra noites? Passaram-se dois jogos de futebol. Quer num, quer noutro, o rapaz de um metro e cinquenta e saia verde da Alfândega do Porto, se lá fosse a dizer que ia dar uma perninha, iria ter dificuldades em entrar para qualquer um dos clubes. Quando muito era uma corrida subordinada ao tema nem sabes de que terra és.

2 comentários:

Unknown disse...

Estou a ver que de sexta a domingo foi só "tourada"... Miúdas "helicóptero" na sexta, ramboia no sábado e tourada no domingo.
Abraço.

António Reis disse...

a certa altura, em cima da mesa de jantar... foi o fim do mundo em cuecas :)

Bob Dylan

Aquele bendito instrumento musical, a máquina de escrever, e os seus botões de onanizar tímpanos, as teclas, corpos fora do corpo,...