3.12.09
Um parágrafo de amor
E viveram felizes para sempre. Ela, que só tinha olhinhos para ele, pressentiu o princípio dos dias contados quando a leitura dos livros com letras mais pequeninas se assemelhava, a ela, a uma forma de utilizar a força como um meio para atingir um fim. Primeiro custava. Custava muito. Depois doía. Doía muito. Não tardou até que o simples descolar das pestanas se transformasse num sacrifício desumano. Não que aquilo fosse sinal de que o amor estava a desaparecer a olhos vistos. Não, não. Não era. Aquilo era uma simples dor física, facilmente resolvida com uma ida ao oftalmologista. O problema residia no facto de ela, um dia, há muito tempo, ter prometido olhinhos só para ele. Pensando na jura antiga, foi então que decidiu arriscar a cegueira a colocar-lhe, assim, de um dia para o outro, um valente par de óculos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bob Dylan
Aquele bendito instrumento musical, a máquina de escrever, e os seus botões de onanizar tímpanos, as teclas, corpos fora do corpo,...
-
O hotel acolhe a totalidade do número 8 da Rua Monastiriou, em Salónica. Oito portugueses avançam conversadores uns com os outros através d...
-
Regresso com a mão esquerda encostada ao nariz e o ombro do mesmo lado encostado ao queixo. Regresso com direita igualmente de punho cerrado...
-
Atendi ao pedido à segunda tentativa. A pergunta repetida queria uma resposta para a dúvida sobre como é que se escreve coincidência. Com cê...
Sem comentários:
Enviar um comentário