Assistam em primeira fila à estupidez dividida por quatro. Vamos situar o episódio no tempo: foi anteontem. E no espaço: aconteceu no interior de um centro comercial.
Observador atento de costumes não se surpreende quando em quadra natalícia aparecem homens em número de quatro (e a estupidez não está aqui), divididos por dois fatos de rena. Emparelhados, puxam um trenó grande. O trenó grande vem com um pequeno pai natal sentado.
A estupidez a dividir por quatro vem ao lado. Dois atrás. Dois à frente. Quatro seguranças altos, de fato escuro, braços cruzados sobre o abdómen, intercomunicadores enfiados nas orelhas e mocrofones em fios finos até perto da boca. Ridículo, este desfile de renas e pai natal. O dolce vitta não é a Faixa de Gaza. Mandem dizer isso ao pessoal da segurança.
A caminho do carro, no parque de estacionamento, está ali à mão uma loja de desporto. As calças de atlestismo fazem falta e a proximidade da ocasião, faz o ladrão. Agora que já se pode seguir a caminho do carro, não é possível ir embora e esconder dos olhos uma árvore de natal postiça de quatro andares. O pai natal está sentado num trono para dar colo às crianças para a fotografia. A fila de pais chega quase ao tamanho da estupidez dos seguranças musculados para conter o eventual excesso de alegria das crianças. Isto está para o espírito da quadra como a bota esquerda está para o pé direito e vice-versa. E ainda por cima enganam os petizes com com um pai natal anoréctico e anão.
Chegado a casa, não posso deixar as calças de atletismo guardadas no sapatinho à espera do dia 25. Vi o que a crise fez ao pai natal e temo que ele tenha poucos dias de vida .
Quando o corpo volta à estar fora de casa e as pernas começam a correr, vou tempestade dentro, confortado por estar equipado a preceito.
Entre o ir e o vir foram seis quilómetros. No videoclube aluguei o Into the Wild para ver a seguir ao banho. Quando é que o pirata chega a esta história? Não chega. Porque deixei de lado o fato de pirata cibernético e preferi, sem duvidar, a pele de corredor de trazer por casa
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