A cabeça de um homem é um quarto às escuras. Durante muitas horas. Ao longo dos dias, que se transformam em semanas que por suas vez passam a meses, meses esses que quando vamos a ver já são anos e entretanto passou uma vida inteira.
A luz, no quarto às escuras, acende porque sim, acende porque não, acende com um beijo, acende com uma dor, acende com a importância ou com a nulidade.
Hoje a luz do quarto às escuras deste vosso senhorio, acendeu para dizer a esta mesmíssima pessoa que... torneira podia ser um bom título. É capaz, se for aprofundado o tema, se a ideia conseguir chegar à fonte que armazena a água que há-de ser conduzida a este e a outros lares. Mas hoje não. Porque sim e porque não. E porque o quarto está bem às escuras.
Chego ao WC do meu local de trabalho e reparo que algum colega menos atento deixou a água a correr. Fecho a torneira, como quem coloca um ponto final num texto.
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